O início de uma história

Segundo informações de antigos moradores, em 1879, várias famílias de San Cassiano de Treviso, na Itália, resolveram emigrar para o Brasil viajando no veleiro “La Valleja”. Chegaram em 21 de junho do mesmo ano, em Santa Teresa, onde encontraram patrícios que haviam saído há mais tempo de sua terra natal e já possuíam propriedades no Brasil.
 
Os san-cassianos trabalharam durante três anos para os seus patrícios, em Santa Teresa, buscando informações para localizarem outras terras a colonizar. Casotti, um agrimensor, que abriu uma picada até o rio Santa Joana, animou as famílias, dando boas informações sofre as terras por ele encontradas.

No ano de 1882, doze famílias vindas da Itália vieram para Santa Teresa. Elas eram: Daleprani, De Martin, Fiorotti, Meneghel, Fardin, Coan, Rabbi, Toniato, Denardi, Perin, Mazzo e Bergamaschi. Chegaram primeiro ao porto de Santa Leopoldina pelo Rio Santa Maria, de lá para Santa Teresa, na esperança de dias melhores e uma condição de vida digna, conforme fora prometido pelo governo brasileiro em virtude de terem perdido a mão de obra escrava e estes vieram suprir sua falta. Por coincidência do destino, muitos deles figuram nas páginas dos livros como fundadores de nossa terra, Itarana. Para terem acesso à Itarana, saíram de Santa Teresa numa viagem de muito sofrimento e dificuldade, onde a morte, a desesperança, a dor e a tristeza tomavam conta de cada um.
 
Na localidade onde é hoje o Limoeiro, já estava fixado Antônio Gonçalves Ferreira, que juntamente com outros empregados deram início as primeiras construções edificações da futura Vila de Figueira de Santa Joana.
 
Contam os mais antigos que o primeiro nome da cidade deu-se ao fato de que, após uma difícil jornada, descansaram debaixo de frondosa figueira, cuja localização até hoje é discutível, uma vez que alguns afirmam que ficava onde hoje se encontra a Igreja Matriz, outros que o local da figueira é onde está hoje o campo do Flamengo, e até mesmo próxima a um rio, até então sem nome, e que passou a ser chamado de Santa Joana, talvez pela proximidade da festa de Santa Joana Francisca e Santa Joana Izabel, celebradas pela Igreja Católica, no período de 21 a 26 de agosto, posto que, de acordo com os historiadores, os imigrantes teriam chegado à sede de Itarana em 1º de agosto.
 
De acordo com a história, neste tempo também chegaram os primeiros imigrantes alemães, vindos de uma região hoje extinta chamada Pomerânia. A família Schultz, segundo relatos históricos, foi a primeira a chegar, formando logo uma comunidade de luteranos. A expressão da comunidade formada pelos luteranos ainda hoje conserva os valores e tradições como: a língua, a dança, a culinária e tantos outros que efetivamente deram importante participação no desenvolvimento do Município. Com a chegada dos imigrantes pomeranos, inicia-se também a pluralidade religiosa já que estes trouxeram consigo uma nova religião: a Luterana, fundada por Martinho Lutero. Além dos Schultz, outros nomes como Uhlig, Mielke, Brandt e Berger, fazem parte dos anais históricos do Município. Embora possa passar algumas vezes despercebido, a imigração alemã trouxe grandes nomes para o Município de Itarana, haja vista que o primeiro vigário, Bernardo Henrique Niewind, era natural da Alemanha. Itarana (ex Figueira de Santa Joana) e Itaguaçu (ex Nossa Senhora da Boa Família) faziam parte do Município de São Sebastião do Alto Guandu – atual Afonso Cláudio, daí encontrar-se ainda hoje em funcionamento, na sede do Município, a Capela de São Sebastião, que depois de alguns anos foi abandonada - correndo risco de ser demolida - voltou às atividades, sendo o padroeiro da comunidade sede do Município.
 
Em 15 de março de 1890, Itarana (ex Figueira de Santa Joana) foi elevada à categoria de Distrito, tendo sido sede municipal durante um ano (1891). Em virtude da Lei Estadual nº 9781914, que criou o Município de Boa Famíla, hoje, Itaguaçu, território como já vimos, desmembrado do Município de Afonso Cláudio passou a Vila de Figueira de Santa Joana a pertencer ao Município de Itaguaçu.
 
Pelo Decreto Lei nº 15.177/1943, Figueira de Santa Joana passou a se denominar Itarana.
 
No dia 17 de fevereiro de 1915, foi instalado oficialmente o Município de Itaguaçu. As lideranças religiosas e políticas da região defenderam para Itarana a categoria de Paróquia, ficando para Itaguaçu o domínio político.
 
No dia 13 de dezembro de 1963, sob a Lei nº 1910, aconteceu a Emancipação Política de Itarana. A instalação do Município e a posse do primeiro Prefeito foram acontecer no dia 18 de agosto de 1964.
 
Referências Bibliográficas:
Carlos A. Aurich - Introdução à História de Itaguaçu;
Acervo de História Oral - Divisão de Memórias do DEC, 1988;
Elaboração da Pesquisa: Alda Venturini Colnago e Alba Aurora Venturini Vieira Malta.

 

CANÇÃO DE ITARANA

Letra: João Fernandes 
Música: Walfredo Rubi

Às Margens do Santa Joana 
Sempre alegre e hospitaleira 
Banha-se minha Itarana
Bela, próspera e altaneira.

Suas lavouras tão ricas 
Enchem seu povo de fé 
E no cultivo de seus campos 
Sobressai um bom café.

Terra moça e valorosa 
Que nasceu sob a aventura 
De se ver vitoriosa 
Sob o signo da bravura.

Grande terra dos meus pais 
Que também me viu nascer! 
A ti meus últimos ais 
Também quero oferecer.

Ás margens do Santa Joana 
Sempre alegre e hospitaleira 
Banha-se minha Itarana 
Bela, próspera e altaneira.

Suas lavouras tão ricas 
Enchem seu povo de fé 
E no cultivo do seus campos 
Sobressai um bom café. 

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